domingo, 28 de dezembro de 2008

Papa nomeia bispo para a diocese de Guiratinga

Hoje, 24, o papa Bento XVI nomeou bispo para a vacante diocese de Guiratinga (MT) o padre Derek John Christopher Byrne, SPS (Sociedade Missionária de S. Patrício), consultor da diocese de Juína (MT).
Padre Derek nasceu no dia 17 de janeiro de 1948. Fez seus estudos primário e colegial na Irlanda. É bacharel em Artes e Filosofia pela University College Cork da Irlanda; fez Teologia na ST. Patrick’s College, Kiltegan, Co. Wicklow, na Irlanda. Foi ordenado sacerdote no dia 09 de junho de 1973 na Sociedade Missionária de São Patrício.
Esteve no Brasil de 1973 a 1980, quando atuou na paróquia de Cotia, da arquidiocese de São Paulo. De 1980 a 1990, esteve em Nova Jérsei nos Estados Unidos; de 1990 a 2002, foi membro do Conselho Geral da sua congregação, na Irlanda; em 2004, trabalhou na paróquia da Castanheira, na diocese de Juína.

http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=792 - acesso em 28/12/2008

Nomeado bispo para a diocese de Campo Mourão

O papa Bento XVI nomeou hoje, 24, bispo da vacante diocese de Campo Mourão (PR), o padre Francisco Javier Delvalle Paredes. Natural de Isla Pucu – Paraguai, padre Francisco nasceu no dia 3 de dezembro de 1942.
Fez curso superior de Filosofia e Pedagogia na Argentina e de Teologia, no Studium Theologicum, em Curitiba. Fez ainda curso superior de Espiritualidade, em Medellín, Colômbia e curso superior de Teologia Bíblica na Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção em São Paulo. Padre Francisco tem especialização em Pastoral Catequética, pelo Instituto Pio XI, em São Paulo, bem como pós-graduação em Teologia Bíblica e Metodologia de Ensino Religioso, no ITEPA e UCPEL, Passo Fundo (RS).
Padre Francisco foi reitor do Seminário menor São Jose em Campo Mourão; responsável diocesano da Animação e Ação Missionária; coordenador diocesano da Catequese; representante diocesano do Clero; coordenador diocesano da Ação Evangelizadora; diretor espiritual do seminário; professor de Psicologia no Seminário de Filosofia; assessor diocesano dos MECES. Desde 2002 é membro do Colégio de Consultores diocesano é desde janeiro de 2008 e administrador diocesano.

http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=791 - acesso em 28/12/2008

Morre dom Olívio Fazza, bispo emérito de Foz do Iguaçu

O bispo emérito de Foz do Iguaçu (PR), dom Olívio Aurélio Fazza, SVD, 83, faleceu ao meio dia desta quinta-feira, 25, no hospital Costa Cavalcante, em Foz do Iguaçu, onde estava internado desde o dia 12 de novembro. “Servo bom e fiel, [dom Olívio] parte deixando saudades e o pleno testemunho de fidelidade a Deus e a toda Igreja. Coragem, empenho social e luta pela justiça foram seus traços. Com bondade acompanhou a Diocese”, diz a nota divulgada pela Pastoral da Comunicação da diocese de Foz de Iguaçu comunicando seu falecimento.Segundo a assessoria de comunicaçao da diocese, o corpo de dom Olívio será velado amanhã, a partir das 8h, na catedral Nossa Senhora de Guadalupe. Haverá missa às 8h15, 12h, 18h e 21h. No sábado, 27, o corpo deixará a catedral às 8h em direção à paróquia São João Batista, onde haverá missa às 10h seguida do sepultamento.

Biografia:
Mineiro de Juiz de Fora, dom Olívio nasceu no dia 25 de junho de 1925. Fez sua profissão religiosa em 1948 e recebeu a ordenação presbiteral em 1955. Em 1978 foi eleito bispo de Foz de Iguaçu, diocese que dirigiu de 1978 a 2001, quando se tornou emérito. Nesse tempo, foi representante dos bispos do Paraná na Comissão de Pastoral da Terra, na Pastoral da Saúde, no Regional Sul 2 da CNBB e vice-presidente do Regional Sul 2.


sexta-feira, 19 de dezembro de 2008


Amigos e Amigas, Paz e Bem!
A esperança de que o Cristo virá é nosso alimento e nossa força para buscarmos uma nova sociedade.
À todos(as) que visitam este blog, votos de um Santo Natal e um Próspero Ano de 2009.
Thiago Alves Torres

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Secretário da CNBB recebe coordenadores da Pastoral da Juventude

A secretária nacional da Pastoral da Juventude (PJ), Ildete Emanuele Nogueira de Sousa, e o assessor, padre Carlos Sávio Costa Ribeiro, foram recebidos, nesta quarta-feira, 19, pelo secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa. Eles vieram convidar o secretário para o 9º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude, que acontecerá em Natal, dias 11 a 17 de janeiro do próximo ano. Segundo os coordenadores, o encontro deve reunir 600 jovens da PJ de todos os estados do país que discutirão o tema “Ide e construí a civilização do amor”.
“Queremos muito a presença de dom Dimas na missa de abertura do nosso encontro”, disse Ildete. “Para nós é muito importante a aproximação da juventude com os bispos do Brasil. A gente precisa estar perto no diálogo, mostrando o que fazemos e falando de nossas dificuldades”, acentuou.
Realizado a cada três anos, o encontro não tem caráter deliberativo. “O encontro é momento de troca de experiências e integração entre as lideranças diocesanas da PJ”, explica padre Carlos Sávio. “Queremos ter um olhar mais específico para a PJ e adentrar na realidade juvenil, conhecer a realidade de cada regional e tecer um plano que contemple a juventude”.
Segundo padre Carlos, o grande desafio para a construção da “civilização do amor”, tema do encontro, é a pluralidade. “Temos diversas expressões da juventude. O desafio é entrar na mentalidade secularizada do mundo”, observou. “Com este tema, queremos fazer com que o jovem compreenda seu protagonismo e ajude a construir a civilização do amor. É importante formá-los para isso”.
Para Ildete, a civilização do amor começa com gestos simples e pequenos. “O que impede a construção da civilização do amor é o individualismo e o consumismo”, sublinhou.

SETOR JUVENTUDE

Na assembléia do ano passado, os bispos do Brasil aprovaram o Documento 85, Evangelização da Juventude – Desafios e Perspectivas Pastorais, que propõem, entre outras coisas, a criação nas diocese do Setor Juventude. “O setor é como um guarda-chuva que reúne todas as realidades da juventude. A PJ está dentro do setor com os movimentos”, explica padre Carlos. Segundo esclareceu, o Setor deverá reunir tanto a Pastoral da Juventude, como as Pastorais da Juventude Específicas (Estudantil, Rural, Meio Popular) e os movimentos juvenis. “Temos conversado muito sobre o Setor Juventude dentro da coordenação nacional da Pastoral da Juventude. Tudo parece ser Pastoral da Juventude, mas não é assim”, advertiu.
Segundo Ildete, a fase ainda é de estudo e de compreensão da nova proposta. “A Igreja é plural. Todas as pastorais e movimentos têm sua importância e nenhuma deve ser esquecida ou desvalorizada. Vamos aumentar nossa interação porque nosso objetivo é um só: a evangelização da juventude”. O encontro também deverá falar dessa questão. “Haverá um momento em que vamos falar da realidade juvenil, realidade teológica, os jovens no documentos da Igreja. É importante que os jovens entendam qual é a proposta da CNBB, que não é acabar com nenhuma pastoral ou movimento, mas fortalecer todos e buscar a comunhão entre eles”.

Morreu Dom Bruno Maldaner

Faleceu na tarde deste domingo, 16, de insuficiência cardíaca, o bispo emérito da diocese de Frederico Westphalen (RS), dom Bruno Maldaner. Ele estava internado no Hospital da Unimed, em Ijuí (RS) onde foi submetido a uma cirurgia na bacia, na semana passada. Seu corpo está sendo velado na catedral da cidade onde será sepultado amanhã, após a missa de exéquias às 16h. “Dom Bruno foi o grande bispo desta diocese que ele dirigiu por 31 anos. Ele é o pai desta diocese, um pastor de primeira qualidade”, disse o bispo de Frederico Westphalen, dom Antonio Carlos Rossi Keller. “Ele era um homem de muita iniciativa pastoral e deixou uma diocese muito viva. Muito fiel ao papa e à Igreja, ele é um bispo insubstituível”, completou.Dom Bruno tinha 84 anos e era natural de Pinhal Alto – Nova Petrópolis (RS). Recebeu a ordenação sacerdotal em dezembro de 1950, em Roma, na Itália. Nomeado bispo auxiliar de São Paulo em 1966, recebeu a ordenação episcopal no mesmo ano, em Porto Alegre. Em 1971, assumiu a diocese de Frederico Westphalen, tornando-se emérito em 2001. Seu lema episcopal era “Sentir com a Igreja”.
Segundo dom Antônio Keller, amanhã, às 8h, haverá missa na catedral. Ao longo do dia, os padres da diocese também deverão celebrar em outros horários.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Papa nomeia dois novos bispos para o Brasil

O papa Bento XVI nomeou nesta quarta-feira, 12, dois novos bispos para o Brasil. Trata-se de padre Néri José Tondello, para a vacante diocese de Juína (MT) e padre José Moreira da Silva, para a diocese de Januária (MG). Padre José Moreira assume Januária depois da renúncia de dom Anselmo Müller, em conformidade com o cânon 401 parágrafo 1º do Código de Direito Canônico.
Padre Néri nasceu em 24 de março de 1964 no município de Antônio Prado (RS). Fez filosofia na Universidade de Caxias do Sul (RS) e licenciatura plena em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), no Seminário Maior São Lucas de Viamão.
Sua ordenação presbiteral aconteceu em 18 de abril de 1993, na diocese de Caxias do Sul. Padre Néri tem mestrado em Filosofia e Teologia pela PUC-RS, além de doutorado em Doutrina Social da Igreja, pela Universidade de Granada, na Espanha.
O novo bispo foi vigário paroquial na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Antônio Prado (RS), e nas comunidades da arquidiocese de Cuiabá (MT), na paróquia Nossa Senhora da Guia. Foi assistente do curso Propedêutico do Seminário Diocesano, no Santuário Diocesano, em Farroupilha (RS) entre os anos 1999 a 2001. Além de ter sido reitor do Seminário Maior de Caxias do Sul e do seminário Maior Sagrado da diocese de Juína, na cidade de Várzea Grande (MT), diocese a qual a Igreja de Caxias do Sul mantém o compromisso de igreja-irmã.
Como diretor espiritual ele trabalhou nos seminários São João Maria Vianey, em Várzea Grande, na diocese de Sinop (MT) e no Seminário Bom Pastor, na diocese de Rondonópolis, na mesma cidade. Atuou também como professor de Filosofia, Sociologia, Ética, Doutrina Social da Igreja e Teologia Moral no Studíum Eclesiástico Dom Aquino Corrêa (SEDAC).JanuáriaJá o novo bispo da diocese de Januária (MG), padre José Moreira da Silva, nasceu em 8 de junho de 1953, no município de Ponte Alta do Tocantins (TO). Estudou Filosofia e Teologia no Seminário Santo Antônio, em Juiz de Fora (MG) nos anos 1976 a 1981 e ordenado presbítero em Porto Nacional (TO) em 17 de janeiro de 1982. Fez estudos bíblicos entre os anos 1991 a 1993, Espiritualidade no Pio XI Salesianos de São Paulo (SP) em 2000 a 2001, e Direito Matrimonial no ITESP de Florianópolis (SC) de 2003 a 2004.
Seus trabalhos pastorais começaram em Arraias (TO) como vigário cooperador na paróquia Nossa Senhora dos Remédios nos anos 1982 a 1984. Foi pároco da paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Campos Belos (GO) de 1984 a 1996, em Gurupi (TO), Porto Nacional, Taguatinga (TO) e atualmente estava na paróquia Santo Antônio, em Gurupi, na diocese de Porto Nacional, no estado do Tocantins.

http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=539 - acesso em 14/11/2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Morre dom José Bezerra Coutinho

Faleceu na manhã desta sexta-feira, por volta das 8h30, o bispo emérito de Estância (SE) e residente há 22 anos em Fortaleza (CE), dom José Bezerra Coutinho. O bispo, que tinha 98 anos e sofria de problemas cardiorrespiratórios será velado durante o dia e a noite de hoje, na capela São José, próxima ao Hospital Geral de Fortaleza.
Amanhã o corpo do bispo será trasladado para a catedral metropolitana de Fortaleza, onde às 9h acontecerá a celebração de corpo presente, presidida pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antônio Aparecido Tosi Marques e concelebrada por bispos e padres do Regional Nordeste 1 (Ceará). Seu corpo será sepultado na cripta da catedral.
Dom José Bezerra Coutinho nasceu em Capistrano (CE), em 10 de fevereiro de 1910. Sua ordenação presbiteral aconteceu em 3 de dezembro de 1933, em Sobral (CE) e sua ordenação episcopal, em 28 de outubro de 1956, na mesma cidade. Dom José foi bispo auxiliar em Sobral (SE) de 1959 a 1961 e bispo diocesano de Estância, de 1961 a 1985.

http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=526 - acesso em 10/11/2008

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Nota de Falecimento


Faleceu hoje, às 8h30, o bispo emérito de Uruguaiana (RS), dom Augusto Petró, aos 90 anos. Dom Augusto sofria do mal de Alzheimer e estava internado, desde abril de 2007, no hospital das irmãs de Santa Catarina, em Ivoti (RS).
De acordo com a secretária da diocese, Leonir Salvador, o velório acontecerá durante toda a noite de hoje, na catedral de Santana, em Uruguaiana. Amanhã, às 10h, haverá a missa de corpo presente.
Dom Augusto era natural de Santo Antônio da Patrulha (RS). Foi ordenado presbítero em novembro de 1944 e bispo, em julho de 1958. Foi bispo de Vacaria (RS), de 1958 a 1964, e bispo de Uruguaiana, de 1964 a 1995.
Seu lema episcopal era “Faze e viverás”.


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sábado, 6 de setembro de 2008


Amanhã será instalada a 18ª Diocese do Rio Grande do Sul - Diocese de Montenegro.

Será empossado, também, seu primeiro bispo, Dom Paulo De Conto.


Rezemos para que esta nova diocese assuma como principal missão o discipulado.


Cumprimentos à nova diocese e seu Pastor.


Thiago

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Carta da terra: Novo reencantamento?

É de todos sabido que a sociedade mundial vive no olho de uma incomensurável crise de sentido e de falta de rumo histórico. Não sabemos para onde vamos. Os sonhos e as utopias morreram, o que tem deixado as sociedades e as pessoas sem fundamento. Somos entregues ao sistema econômico dominante que de tudo faz mercadoria, regendo-se por feroz competição e não por laços de cooperação.
Há dois pensadores que nos ajudam a entender esta crise, Max Weber e Friedrich Nietzsche. Weber caracteriza a sociedade moderna pelo processo de secularização e pelo desencantamento do mundo. Não que as religiões tenham desaparecido. Elas estão ai e até voltam com renovado fervor. Mas não são mais elo de coesão social. Agora predominam a produção e a função e menos o valor e o sentido. O mundo perdeu seu encanto. Nietzsche anunciou a morte de Deus. Mas há que se entender bem Nietszche. Ele não diz que Deus morreu, senão que nós o matamos. Quer dizer: Deus está socialmente morto. Em seu nome não se cria mais comunidade nem se funda coesão social.
Por milhares de anos era religião que ligava e re-ligava as pessoas e criava o laço social. Agora não é mais. Isso não significa que agora impera o ateismo. O oposto à religião não é o ateismo mas a ruptura e a quebra da relação. Hoje vivemos coletivamente rompidos por dentro e desamparados. Praticamente nada nos convida a viver juntos e a construir um sonho comum. Entretanto, a humanidade precisa de algo que lhe confira um sentido de viver e que lhe forneça uma imagem corente de si mesma e uma esperança para o futuro.
É neste contexto que deve ser vista a Carta da Terra, documento nascido das bases da humanidade. Já foi assumida pela Unesco no ano 2000 e a idéia é que seja incorporada pela ONU à Carta dos Direitos Humanos. A Carta da Terra reúne um conjunto de visões, valores e princípios que podem reencantar a sociedade mundial. Coloca em seu centro a comunidade de vida à qual pertencem a Terra e a Humanidade que são momentos do universo em evolução. Todos os problemas são vistos interdependentes, os ambientais, os sociais, os econômicos, os culturais e os espirituais, obrigando-nos a forjar soluções includentes.
O desafio que a situação atual do mundo nos impõe é este segundo a Carta: ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou então arriscar a nossa destruição e a devastação da diversidade da vida.
Dois princípios visam viabilizar esta aliança: a sustentabilidade e o cuidado. A sustentabilidade se alcança quando usamos com respeito e racionalidade os recursos naturais pensando também nas futuras gerações. E o cuidado é um comportamento benevolente, respeitoso e não agressivo para com a natureza, que permite regenerar o devastado e zelar por aquilo que ainda resta da natureza, da qual somos parte e com um destino comum.
Estes dois princípios fundam como diz a Carta da Terra um modo de vida sustentável . Eles permitem um desenvolvimento que atenda as necessidades de todos os seres vivos e ao mesmo tempo garanta a integridade e a capacidade de regeneração da natureza.
Devemos viver um sentido de responsabilidade universal. O futuro da Terra e da Humanidade está agora em nossas mãos.
LBoff- Dezembro de 2005

Recebido por e-mail em 05/09/2008

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Grande Festa do MOBREC

Amigos e Amigas

Dia 30 de agosto o Movimento Brasileiro de Educadores Cristãos - MOBREC, estará celebrando seus 30 anos de criação.

Unamo-nos nas orações

Thiago

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Morre dom Afonso Gregory, bispo emérito de Imperatriz

O bispo emérito de Imperatriz (MA), dom Affonso Felippe Gregory, faleceu às 20:30h desta quarta-feira, 6, no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS), onde estava internado em estado grave desde a sexta-feira da semana passada. Há quase dois anos, dom Affonso sofria de leucemia.
Segundo o bispo auxiliar de Porto Alegre, dom Remídio José Bohn, amanhã o corpo de dom Affonso será levado para Estrela (RS), sua terra natal, onde será velado junto aos parentes e conhecidos. Na sexta-feira, às 9h, haverá missa de despedida, e seu corpo será translado para Imperatriz, onde será sepultado, conforme seu desejo.
Nascido em Estrela (RS), dom Affonso Gregory completou, em fevereiro, 52 anos de sacerdócio. Licenciado em teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e em Sociologia, em Lovaina, na Bélgica, foi nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro em 1979. Recebeu a ordenação episcopal em 12 de janeiro daquele ano e ficou no Rio até 1987. Neste período, foi presidente do Regional Leste 1 da CNBB (Estado do Rio de Janeiro); presidente da Cáritas Brasileira, responsável pelo Setor da Pastoral Social da CNBB e presidente do CERIS.
Em 1987, foi nomeado bispo de Imperatriz (MA), onde ficou até tornar-se emérito em agosto de 2005. Neste tempo, foi presidente da Cáritas Internacional; membro da Comissão Episcopal Pastoral da CNBB e presidente do Nordeste 5 da CNBB (Estado do Maranhão). Seu lema episcopal era “A verdade vos libertará” (Jo 8, 32).

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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Tributo a um imprescindível: Dom Paulo Evaristo Arns

Adital -
"Há homens que lutam um dia, e são bons;há outros que lutam um ano, e são melhores;há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons.Porém há os que lutam toda a vida.Esses são os imprescindíveis. "(Bertolt Brecht, "Os Que Lutam")
A grande imprensa só destaca os personagens quando eles estão realizando coisas, completando décadas disso e daquilo ou morrendo. Vai daí que um homem como D. Paulo Evaristo Arns está há 10 anos longe dos holofotes e é quase desconhecido das novas gerações.
Pior: alguns jovens formam seu conceito sobre ele a partir do que lêem nos textos repulsivos da propaganda neo-integralista, apontando-o como principal inspirador da política de direitos humanos "que só protege os bandidos"...
Então, em vez de esperar que surja o que os jornalistas chamamos de gancho, uma justificativa qualquer para falar de D. Paulo, vou fazê-lo unicamente porque se trata de um daqueles imprescindíveis a que se referiu Brecht. Neste Brasil da ganância e da competição que o capitalismo globalizado está engendrando, é fundamental evocarmos exemplos como este, até como antídoto.
Cardeal e arcebispo emérito de São Paulo, D. Paulo está com 87 anos, é um homem combalido e tem problemas de audição - decorrentes, esclarece, de ferimentos sofridos quando de uma tentativa de seqüestro num país latino-americano (pretendiam obter, em troca, a liberdade de um chefão do narcotráfico) .
A entrevista que fiz há algum tempo com D. Paulo permanece atual, daí eu estar reproduzindo aqui seus principais trechos Não quis privar os leitores da oportunidade de conhecer-lhe a história a partir de suas próprias palavras, que tive o privilégio de escutar numa ensolarada tarde de dia útil, no convento franciscano que fica ao lado da tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
No final, apesar de sua dificuldade de locomoção, fez questão de percorrer comigo o longo caminho até o corredor. E se despediu com uma frase marcante: "Precisamos contar essas histórias [do que aconteceu neste país durante a ditadura militar] às novas gerações. É importante que elas saibam de tudo isso!"
A missão do educador - Muitos programas pioneiros, na linha da inserção social, foram introduzidos na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) entre novembro/1970 e maio/1998, período em que, como arcebispo metropolitano de São Paulo, D. Paulo foi Grão Chanceler da instituição.
Logo que se tornou o principal responsável pelos rumos dessa universidade, D. Paulo fez primeira visita ao Conselho da PUC. E disse: "Não quero uma escola de 2º grau melhorada. O que me interessa é que vocês façam uma pós que dê bons professores para todos os lugares do Brasil; e que todas as teses e tudo o que vocês discutirem além da escola se refira ao povo e ajude o povo. Que isso seja a norma daqui para a frente".
Os resultados não tardaram, diz D. Paulo. "A Arquidiocese se organizou em pastorais diferentes - p. ex., a Operária, a da Terra, a do Trabalhador -, então eu consegui que a Faculdade de Direito se interessasse em ir, durante a semana ou no sábado, à periferia e ver como se poderia ajudar essa população e quais os problemas reais da periferia. A mesma coisa aconteceu com a assistência social, que, aliás, está trabalhando nessa linha até hoje, com métodos sempre novos e recebendo apoio da Europa e de outros lugares, com uma eficiência muito grande."
Hoje, essas iniciativas pioneiras da PUC/SP encontraram muitos seguidores e há um sem-número de empresas e instituições esforçando-se para dar uma contribuição positiva à sociedade.
Ofícios para vítimas da ditadura - "Os estudantes da USP me procuraram em 1973 quando um colega [Alexandre Vannucchi Leme] foi assassinado pelos órgãos de segurança. Os estudantes se reuniram, uns 10 mil, e mandarem representantes à minha casa, à noite, para que eu fosse lá falar aos alunos. Eu disse que era melhor reunir os estudantes, mas não dava para fazer no campus da universidade, porque ele estava cercado por policiais e oficiais do Exército."
"Então, decidi fazer na catedral. Eu disse: 'Na catedral, nós falamos o que queremos, e nós falaremos aos estudantes. Encham a catedral de estudantes e de povo, que nós diremos a verdade'. E foi o que eles fizeram. Às 15h, eu fui lá, fiz aquele ato solene em favor do estudante e celebrei a missa para o falecido. Fiz o sermão sobre o 'não matarás!', o mandamento central dos 10 mandamentos. Foi sobre isso que eu falei para eles, e eles participaram, vivamente, da missa e de toda manifestação religiosa posterior."
"Depois, em 75, foi a vez do Herzog; em 76, a do Manuel Fiel Filho; e em 79, a do Santo Dias, quando recebemos de 150 mil a 200 mil pessoas, que andaram desde a igreja de Nossa Sra. da Consolação. A multidão foi engrossando. Ao chegar na Catedral da Sé, não cabia nem na igreja nem na praça, então nós fizemos uma cerimônia mais curta, mas muito mais participada por todos os operários."
Missa de 7º dia de Vladimir Herzog - Foi celebrada na Catedral da Sé, simultaneamente, por religiosos de três confissões: a católica (D. Paulo), a judaica (rabino Henry Sobel) e a protestante (reverendo James Wright).
"Quando o Herzog foi assassinado - lembra D. Paulo -, em 1975, os jornalistas me pediram que houvesse um ato ecumênico na catedral. Os judeus fazendo o ato deles em hebraico, portanto, não na língua que compreendêssemos. Foi impressionante e muito bonito."
[Modesto, D. Paulo evitou comentar que sua decisão foi um ato de enorme coragem. Primeiramente, porque a alta hierarquia católica não viu com simpatia sua iniciativa de oficiar missa ao lado de um rabino e de um reverendo. Depois, por ser um desafio frontal à ditadura militar, que o presidente Geisel engoliu, pedindo apenas a D. Paulo que segurasse seus radicais, "enquanto eu seguro os meus". Finalmente, por ter, em nome de ideal de justiça e solidariedade cristãs, corrido o risco da ocorrência de tumultos e mortes que teriam um peso devastador em sua consciência de religioso. Graças a ele, foi viabilizado o ato que acabou se tornando um divisor de águas: a partir dessa vitória sobre a intimidação, a ditadura começou sua lenta, mas irreversível, marcha para o fim.]
Invasão da PUC em 1977 - "Eu estava em Roma quando o Erasmo Dias, então secretário da Segurança do estado de São Paulo, invadiu a PUC sem dizer ou ter motivo nenhum. Os estudantes estavam em exame e os policiais destruíram mais de 2 mil cópias de documentos, estragaram o refeitório, danificaram os instrumentos musicais e até derrubaram um professor no chão.
"Eu fui chamado às pressas de Roma e, na manhã seguinte, já dei uma declaração ao desembarcar no aeroporto, dizendo que 'na PUC só se entra prestando exame vestibular, e só se entra na PUC para ajudar o povo e não para destruir as coisas'. Depois, nós fizemos toda uma reação contra eles e toda uma manifestação junto aos estudantes."
Eleição direta para reitor da PUC - "No início dos anos 80, nós queríamos nos opor ao regime totalitário que estava vigorando no Brasil e provar que funcionários, professores e alunos são igualmente capazes de escolher o diretor, o reitor ou o presidente da instituição."
"Antes eu reunia o conselho de cada classe, para ter uma certa democracia entre os professores, e pedia que me indicassem o nome. Achei que era pouca democracia. Então, pedi à reitora e aos três vice para haver uma escolha entre todos os alunos, que eu aceitaria o resultado e mandaria para a aprovação de Roma."
"E Roma aprovou imediatamente. Então, foi a primeira eleição dentro de uma universidade pontifícia católica e, também, foi a primeira vez que se escolheu um reitor entre todos os funcionários, alunos e professores. "
Contratação de professores perseguidos - "O minstro da Justiça ordenou a expulsão de vários professores da Universidade de São Paulo. Então a reitora da PUC me telefonou perguntando se podia admiti-los entre nós. Eu disse: 'Não só pode como deve, porque são excelentes professores e patriotas'."
"O Florestan Fernandes até escreveu um artigo me agradecendo. Ele ficou satisfeito porque pôde dirigir os estudantes da pós-graduação na PUC da maneira mais livre possível."
"Quanto ao Paulo Freire, eu fui a Genebra para convencê-lo a voltar ao Brasil, depois de 10 anos de exílio. Garanti que eu iria cuidar da chegada dele aqui. E mandei toda a nossa Comissão de Justiça e Paz, que eram mais de 40 pessoas, junto com amigos, para recebê-lo em Campinas."
"De fato a polícia o prendeu, mas, depois de duas horas de interrogatório, eles viram que todos estavam contra eles e soltaram o Paulo Freire, que ficou conosco, com uma grande amizade comigo, até o momento da sua partida."
Convicções e esperanças - Sobre o Governo Lula, antes mesmo da crise do mensalão, D. Paulo já mostrava uma ponta de apreensão, ao se dizer esperançoso de que "o Brasil não perca esta ocasião e não afunde o barco em vez de conduzi-lo a uma margem da terra onde haja outra terra e outro céu, como diria a Sagrada Escritura; onde haja outra possibilidade de sonhar e outra possibilidade de viver com dignidade, mas para todas as pessoas e não só para uma parte".
E, inquirido sobre o menor engajamento atual da Igreja às causas sociais, ele finalizou com uma mensagem de esperança: "A Igreja é o povo. Se o povo se mobiliza bem, a Igreja também se mobiliza. Então, é preciso unir esses dois conceitos, o povo de Deus e o povo, simplesmente. Nós precisamos caminhar para a fraternidade, para uma possibilidade de todos serem respeitados como filhos de Deus e irmãos uns dos outros".
Não há como retratar a grandeza de um D. Paulo Evaristo Arns numa única entrevista. Faltou dizer, p. ex., que ele criou a Comissão de Justiça e Paz de São Paulo e foi o grande artífice do projeto Brasil: Nunca Mais (livro-levantamento dos casos de violações de direitos humanos durante o regime militar), integrando também o movimento Tortura Nunca Mais, dele decorrente.
O principal, no entanto, é que suas gestões junto às autoridades salvaram a vida e evitaram a tortura de resistentes, no pior momento da ditadura.
Fiel ao espírito da igreja das catacumbas, foi o pastor que tudo fez para que seu rebanho sobrevivesse a um tempo de lobos. Um imprescindível.

Celso Lungaretti

Recebi por e-mail, de Vanessa Farenzena, em 16/07/2008 (Festa de N.Sra do Carmo)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Faleceu dom José Carlos de Lima Vaz


Faleceu ontem, dia 9, o bispo emérito de Petrópolis (RJ), dom José Carlos de Lima Vaz, que encontrava-se internado desde o dia 26 de junho, em estado grave no Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre (MG). Segundo o capelão do hospital, padre José Catarino, dom José Carlos sofria de aplasia medular e estava em coma, com infecção generalizada.
O velório de dom Vaz acontece na casa dos Jesuítas, em Santa Rita do Sapucaí (MG). As exéquias, seguida de sepultamento, terão início às 15h.
Dom Vaz, que completaria em agosto oitenta anos, era natural de Ouro Preto (MG). Ordenou-se presbítero em 15 de julho de 1957, em Comillas, Espanha. Foi ordenado bispo em março de 1987, no Rio de Janeiro (RJ).
Durante o seu episcopado atuou como bispo auxiliar do Rio de Janeiro, de 1987 a 1995; coordenador da Pastoral Social, Catequese, Movimentos e Associações Religiosas; vice-assistente nacional das congregações marianas do Brasil; e bispo de Petrópolis, de 1995 a 2004.
Publicou diversos livros como: Configuração eletrônica do Átomo, Física dos semi-condutores; A Universidade Católica do Brasil; O Apostolado da Oração; Crônica da Igreja e do Mundo; A Igreja e o Mundo; As congregações Marianas do Brasil.
Seu lema era: Ele, Cristo é nossa paz.


quarta-feira, 2 de julho de 2008

Bento XVI cria nova diocese no Rio Grande do Sul e nomeia seu primeiro bispo


O papa Bento XVI anunciou nesta quarta-feira, 2, a criação da diocese de Montenegro, no Estado do Rio Grande do Sul, desmembrada da Arquidiocese de Porto Alegre, e nomeou como seu primeiro bispo, dom Paulo Antônio De Conto, atualmente bispo da diocese de Criciúma (SC).
A nova diocese será composta de 32 municípios, todos do Rio Grande do Sul. São eles: Alto Feliz, Barão, Bom Princípio, Bom Retiro do Sul, Brochier, Capela de Santana, Colinas, Estrela, Fazenda Vila Nova, Feliz, Harmonia, Linha Nova, Marata, Montenegro, Pareci Novo, Paverama, Poço das Antas, Portão, Roca Sales, Salvador do Sul, São José do Hortêncio, São José do Sul, São Pedro da Serra, São Sebastião do Caí, São Vendelino, Tabaí, Taquari, Teutônia, Triunfo, Tupandi, Vale Real e Westfália.
O bispo da nova diocese nasceu em 1942, na cidade de Encantado (RS), e foi ordenado bispo em 1991 para a diocese de São Luiz de Cáceres (MT) onde ficou até 1998, quando foi transferido para Criciúma.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

CHE GUEVARA: MENSAGEM DE ANIVERSÁRIO

Em 14 de junho Che Guevara completaria 80 anos! Sua militância entre nós terminou aos 39. Nem por isso conseguiram matá-lo. Hoje, está mais vivo do que nas quatro décadas de existência real. Aliás, são raros os revolucionários que, como Mao, e o próprio Fidel, envelhecem. Muitos derramaram cedo o sangue capaz de adubar o projeto de um mundo de liberdade, justiça e paz: Jesus, com 33 anos; Martí, 42; Sandino, 38; Zapata, 39; Farabundo Martí, 38; só para citar uns poucos exemplos.
O inimigo deve arrancar os cabelos ao constatar que, hoje, Che se encontra mais presente do que à época em que ele acreditava ter o poder de assassinar ideais. Tentaram de tudo para condená-lo ao olvido: retalharam-no o corpo e esconderam seus membros em diferentes lugares; inventaram a seu respeito toda sorte de mentiras; proibiram que sua literatura circulasse em muitos países. Fênix teimosa, Che revive em fotos, músicas, espetáculos teatrais, filmes, poemas, romances, esculturas e textos acadêmicos. Até uma cerveja batizaram com seu nome! No mais sofisticado Spa do Brasil, o Unique Garden, a estampa do seu rosto, segundo a famosa foto de Korda, ocupa o centro do salão de convívio.
Ao constatar que algemas não aprisionam símbolos nem balas matam exemplos, inventaram falsas biografias para tentar difamá-lo. Em vão. Até em jogos de futebol torcidas erguem cartazes com o seu rosto. E vejam que não se gasta um centavo para essa propagação de sua imagem. E ela só tem importância por refletir ideais que fizeram dele um revolucionário. Nada disso é fruto de marketing. São gestos espontâneos de quem faz questão de enfatizar que a utopia permanece viva.
Hoje, reassumir o legado de Che e celebrar seus 80 anos nos exige manter o coração e os olhos voltados à preocupante situação do nosso planeta, onde impera a hegemonia do neoliberalismo. Multidões, sobretudo jovens, são atraídas ao individualismo, e não ao espírito comunitário; à competitividade, e não à solidariedade; à ambição desmedida, e não à luta em prol da erradicação da miséria.
Fala-se tanto do fracasso do socialismo no Leste europeu, e quase nunca do fracasso inelutável do capitalismo para 2/3 da humanidade, das 4 bilhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza.
Angustia-nos também a degradação ambiental. Se os líderes do mundo tivessem dado ouvidos ao que alertou Fidel na Eco-92, no Rio de Janeiro, talvez a devastação não tivesse chegado ao extremo de provocar freqüentes tsunamis, tornados, tufões e furacões jamais vistos, sem falar do aquecimento global, do degelo das calotas polares e da desertificação das florestas. O desmatamento da Amazônia é alarmante.
O barril de petróleo, que custa menos de US$ 10 na boca do poço, já custa mais de US$ 120 no mercado. É triste constatar que grandes áreas de lavoura alimentícia são reservadas para a produção de etanol destinado a nutrir os 800 milhões de veículos automotores em movimento no dorso do planeta, e não as 824 milhões de bocas famintas ameaçadas pela morte precoce. Diante desse mundo em que a especulação financeira suplantou a produção de bens e serviços, e no qual a Bolsa de Valores serve de termômetro da suposta felicidade humana, o que fazer?
Bolívar deve estar feliz com a primavera democrática na América do Sul. Após os ciclos de ditaduras militares e governos neoliberais, agora o povo elege governos que rejeitam a Alca, aprovam a Alba e reforçam o Mercosul, e repudiam a invasão do Iraque e o bloqueio de Cuba por parte do governo dos EUA.
Qual a melhor maneira de comemorar os 80 anos do Che? Creio que o melhor presente seria ver as novas gerações acreditarem e lutarem por um outro mundo possível, onde a solidariedade seja hábito, não virtude; a prática da justiça uma exigência ética; e o socialismo, o nome político do amor. Construir um mundo sem degradação ambiental, fome e desigualdade social!
Às vésperas do 50º aniversário da Revolução Cubana, todos devemos encará-la, sempre mais, não como um fato do passado, e sim como um projeto de futuro.

*Frei Betto é escritor, autor de “Fidel e a Religião” (Ocean Press) e “ A mosca azul” (Rocco), entre outros livros
recebi por e-mail em 18/06/2008

Militarização da fé

Os símbolos falam mais que muitas palavras. Carregada de peso simbólico, a cruz é utilizada por diferentes religiões desde os tempos mais antigos. Aos cristãos, lembra sofrimento e morte. Por outro lado, aponta para a ressurreição. A espada é uma arma de guerra que também se transformou em símbolo. Os judeus costumavam usar a cruz como recurso de pena máxima. Jesus sofreu essa condenação. Os romanos, por sua vez, privilegiavam a espada. Paulo, o discípulo do crucificado, foi assim decapitado.
Na história do cristianismo, cruz e espada estiveram juntas em diversas ocasiões, produzindo resultados trágicos. As Cruzadas Medievais, por exemplo, ocorridas entre 1096 e 1271, foram expedições militarizadas organizadas pelo papado com o objetivo de combater os inimigos do cristianismo e libertar a Terra Santa do domínio muçulmano. Os adeptos das Cruzadas eram identificados com uma cruz vermelha estampada em suas vestes. Na Guerra Santa, muito sangue foi derramado.
No período da colonização do Brasil, o Império trouxe os jesuítas, que se encarregaram de apresentar a cruz cristã aos povos indígenas. Os colonizadores subjugaram os nativos, utilizando o poder político (coroa), o poder religioso (cruz) e o poder militar (espada). O extermínio de indígenas, a exploração e a expropriação de recursos naturais foram incontáveis. Nesse contexto de conquista nasceu a cidade de São Paulo em 1554, juntamente com a implantação da Igreja católica. Em junho de 1908 foi instaurada a Arquidiocese.
Para registrar um século de história, a Arquidiocese realizou diversas atividades. O encerramento das comemorações deu-se com uma celebração solene dia 08 de junho no estádio do Pacaembu. Cerca de 30 mil pessoas compareceram ao evento. A Igreja na metrópole é constituída por múltiplas comunidades, pastorais, organismos, movimentos, grupos, etc. Contudo, isso praticamente não foi considerado.
O grande destaque da celebração ficou por conta dos Arautos do Evangelho, numa clássica demonstração das tendências conservadoras que emergem cada vez mais fortes. Cerca de 8 mil Arautos (homens e mulheres de todas as idades) armaram trincheira em volta do campo, no altar e nas arquibancadas. Posicionaram- se estrategicamente em todo o estádio, de modo que não era possível fotografar o povo durante toda a cerimônia sem que aparecessem.
Os Arautos do Evangelho são uma associação religiosa privada, dissidente da TFP (Tradição, Família e Propriedade) , autorizada pelo papa João Paulo II em 2002. Estão espalhados em mais de 60 países. Tendo na cintura uma corrente de ferro, identificam- se como "escravos de Jesus através de Maria". Pendente desta corrente está o rosário. Seu hábito é uma túnica branca guarnecida de um escapulário marrom que ostenta uma cruz em forma de espada.
Não por acaso, com esta marca emblemática foram convidados a carregar de forma olímpica a imagem de São Paulo. Com pompa e incenso, o santo – tendo a espada do seu martírio na mão – foi entronizado como patrono da Arquidiocese. Ao mesmo tempo, Santa Ana, mulher quase invisível do Antigo Testamento, até agora patrona da Arquidiocese foi, automaticamente “destronada”. Nem lhe foi concedido ficar ao lado do homem São Paulo para a honra dos altares.
Aquilo que era para ser uma celebração da vida da Igreja – que sempre evangelizou entre luzes e sombras – tornou-se um evento de holofote único, típico da sociedade do espetáculo. A ordem, a disciplina e o formalismo foram ressaltados sob a força do poder simbólico. É lamentável que um ato religioso com o objetivo de fazer memória do centenário tenha acabado por dar tanta visibilidade a um único grupo surgido há apenas 6 anos.
A forte carga triunfalista e ritualista praticamente ignorou todo o trabalho pastoral realizado nas comunidades e paróquias da cidade. As Comunidades Eclesiais de Base, os mártires da caminhada, os grupos de Direitos Humanos, os povos indígenas e afro-descendentes sequer foram mencionados. Muito se exaltou a hierarquia e as autoridades civis e militares. Associando o triunfalismo eclesial com o “militarismo da fé”, reforçou-se um modelo de Igreja piramidal, distante do conceito de Igreja Povo de Deus tão caro ao Concílio Vaticano II. A menção aos pobres, tratados como “pobrezinhos” ficou restrita à coleta para a construção de um templo religioso na Favela de Heliópolis.
Esperávamos uma celebração que contemplasse todas as forças vivas da Igreja; que comemorasse de maneira ampla a histórica caminhada do povo católico; que retratasse as contraditórias realidades desta cidade, onde, mesmo assim, Deus habita. Que revelasse a Igreja inserida na sociedade plural, com vocação e missão profética. Uma Igreja com opção preferencial pelos pobres. Uma Igreja discípula missionária comprometida com a construção de um mundo justo e solidário, sinal do Reino de Deus.
Em última análise, o ato dá sustentação à lógica neoliberal. Como afirmava Marx, hoje vivemos uma "guerra de todos contra todos", caracterizada pelo modo capitalista de produção e pelo individualismo crescente. Do mesmo modo que o sistema assume novas formas e adota novas estratégias, a espada se moderniza e reconfigura. Porém, o saldo é sempre danoso: dominação, exclusão, violência e morte. É preciso reafirmar: nosso inimigo maior são os totalitarismos e fundamentalismos. Esse pensamento único atinge as estruturas sociais, econômicas, culturais, religiosas etc. É perverso, muitas vezes fazendo questão de se legitimar pela via do sagrado.
E os fiéis presentes no Pacaembu? Em geral, rezaram, festejaram, ouviram tudo e comungaram o Corpo e Sangue de Cristo. Foram motivados a vivenciar com renovada esperança o início do segundo centenário. Muitos também saíram frustrados com o modelo eclesial apresentado, uma vez que nem mesmo esteve sintonizado com a mensagem enviada pelo Papa: “Possa esta significativa celebração animar todas as forças vivas desta Igreja local para um marcante protagonismo evangelizador”. Ocorre que a militarização da fé e a privatização religiosa não condizem com o verdadeiro sentido do cristianismo, nem com uma Igreja que deseja viver a comunhão e participação.

Dirceu Benincá, doutorando em Ciências Sociais - PUC/SP.
Jaime Carlos Patias, mestre em Comunicação.
recebi por e-mail em 17/06/2208

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Bento XVI anuncia nomeações para Vitória da Conquista e Frederico Westphalen



O bispo de Afogados da Ingazeira (PE), dom Luiz Gonzaga Silva Pepeu, 51, é o novo arcebispo da arquidiocese de Vitória da Conquista (BA), vacante desde abril do ano passado. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 11, pelo papa Bento XVI que nomeou, também, o novo bispo para a diocese de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, vacante desde março de 2006.
Dom Luiz Gonzada, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap), estava na diocese de Afogados da Ingazeira desde outubro de 2001. Tem como lema episcopal o texto do profeta Jeremias “Não temas, estou contigo” (Jr 1,8). Ele é membro efetivo da Comissão Episcopal dos Tribunais Eclesiásticos de Segunda Instância da CNBB e do Conselho Econômico no Regional Nordeste 2 (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte).


Padre Antônio Carlos
O novo bispo de Frederico Westphalen é natural de São Paulo. Ordenado em junho de 1977, padre Antônio Carlos, 55, cursou filosofia no Seminário Santo Cura d’Ars e Teologia na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo. Exerceu as funções de vigário paroquial no Santuário Nossa Senhora da Penha, em São Paulo; membro nomeado pela CNBB para a Comissão bi lateral Anglicana-Católica Romana e professor no Instituto São Boaventura, na diocese de Santo Amaro.
Atualmente, além de pároco de Santo Antônio do Limão, na Região Episcopal Santana, em São Paulo, padre Carlos é diretor espiritual no Seminário Santo Cura d’Ars da Arquidiocese de São Paulo; professor no Seminário Arquidiocesano Propedêutico e no Instituto Filosófico Aristotélico Tomista dos Arautos do Evangelho.

terça-feira, 10 de junho de 2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O governo Yeda Crusius é uma vergonha

O governo Yeda Crusius é uma vergonha para o Estado do Rio Grande do Sul. A inacreditável sucessão de escândalos e denúncias a que o povo gaúcho assiste nos últimos meses revela um governo fraco moral e politicamente.É um governo onde a governadora não fala com o vice-governador.É um governo onde o chefe da Casa Civil tenta comprar a posição do vice-governador.É um governo onde o vice-governador grava uma conversa com o chefe da Casa Civil para denunciá-lo.É um governo onde o chefe da Casa Civil chama o vice de canalha e mau-caráter.É um governo onde aliados da governadora a chamam de sem-vergonha. E nada acontece.É um governo onde secretários de Estado negociam, combinam festas e tomam chopp com acusados de integrar uma quadrilha que roubou mais de R$ 40 milhões dos cofres públicos.É um governo onde os partidos de sustentação da governadora, nas palavras do chefe da Casa Civil, utilizam empresas públicas para financiar campanhas eleitorais e para comprar maioria no Parlamento.É um governo que, diante de graves denúncias de corrupção, com provas materiais eloqüentes, emudece, se esconde e, através de seu patético porta-voz, afirma não existirem fatos relevantes.É um governo onde a governadora foge da imprensa e do povo.É um governo onde a governadora não tem coragem de prestar contas sobre seus atos e de seus aliados, mas tem coragem de fechar escolas, demitir funcionários públicos e mandar a polícia bater em manifestantes.É um governo que privatiza o meio ambiente e hipoteca o futuro.É um governo onde seus aliados e padrinhos (como o inacreditável senador Pedro Simon, que foi incapaz de pronunciar uma palavra sobre todos esses escândalos) não tem mais coragem de defendê-lo e abandonam o navio em número cada vez maior.É um governo cujo modus vivendi é a dissimulação e a covardia.É um governo que chegou ao fim.
Postado por Marco Aurélio Weissheimer

recebi por e-mail em 09/06/2008

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Nomeados os novos bispos para as dioceses de Vacaria e Guarabira

O papa Bento XVI nomeou, nesta quarta-feira, 28, o padre Francisco de Assis Dantas de Lucena, bispo da diocese de Guarabira, no Estado da Paraíba, vacante desde novembro de 2006. Já para a diocese de Vacaria (RS), vacante desde janeiro do ano passado, foi nomeado bispo o Frei Irineu Gassen, OFM.
Padre Francisco, 44, é natural de Jardim do Seridó (RN), onde fez o ensino fundamental e médio. Cursou filosofia e teologia no Seminário Arquidiocesano de São José, da arquidiocese do Rio de Janeiro, e Direito Canônico no Instituto Superior de Direito Canônico no Rio de Janeiro.
Ordenado presbítero em 21 de julho de 1991, em Caicó (RN), padre Francisco foi administrador paroquial e vigário paroquial em várias paróquias da diocese de Caicó; reitor do Seminário Diocesano Santo Cura D´Ars; ecônomo da diocese; presidente do Departamento Diocesano de Ação Social; pároco em de São José do Seridó; pró-vigário geral e coordenador da cúria diocesana e articulador da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada no Regional Nordeste 2.
Atualmente, padre Francisco é professor de Direito Canônico na Faculdade de Teologia Cardeal Eugênio Sales, pároco da paróquia São Francisco de Assis, Membro do Colégio de Consultores e do Conselho Presbiteral da diocese de Caicó.
Já o novo bispo de Vacaria, Frei Irineu, 65, é gaúcho, nascido em Formosa, Santa Cruz do Sul (RS), em 24 de novembro de 1942. Franciscano da Ordem dos Frades Menores (OFM), Frei Irineu fez o noviciado e Filosofia no Convento São Boa Ventura, em Daltro Filho, município de Imigrantes (RS). Cursou Teologia no Convento Santo Antônio, em Divinópolis (MG), e no Seminário Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Viamão (RS).
Frei Irineu recebeu a ordenação presbiteral em Santa Cruz do Sul, no dia 27 de julho de 1968. Dentre as muitas funções que exerceu, foi Mestre dos Noviços e professor no Seminário Menor de Daltro Filho; pároco da paróquia São Francisco de Assis, em Porto Alegre, e paróquia Cristo Rei, em Não-me-Toque, diocese de Passo Fundo (RS); secretário da Família Franciscana do Brasil, no Rio de Janeiro; superior da comunidade e reitor do Seminário do Curso Médio em Taquari (RS) e em Agudo (RS); superior provincial dos Franciscanos do Rio Grande do Sul.
Atualmente, Frei Irineu é pároco da paróquia São João Batista, em Daltro Filho, diocese de Caxias do Sul.

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terça-feira, 27 de maio de 2008

Eleita a nova articuladora nacional da PJB

O cargo de secretário nacional da Pastoral da Juventude do Brasil (PJB) tem nome e ocupante novos. Segundo decisão da 15ª Assembléia da PJB, encerrada domingo, 25, em Samambaia, cidade satélite de Brasília (DF), a função agora passa a se chamar “articulação nacional” e será ocupada pela baiana Maria Aparecida de Jesus Silva, eleita neste domingo pelos participantes da assembléia. Ela substitui Silvano Silvero que foi secretário da Pastoral nos últimos três anos e meio.
“O trabalho em conjunto deve pautar os próximos anos com essa nova função que eu assumo a partir de hoje”, disse a nova articuladora nacional da PJB. Cidinha, como é conhecida entre os jovens das Pastorais da Juventude (PJs), vai se transferir para Brasília e atuará na articulação da PJB junto com um jovem de cada pastoral específica e o assessor do Setor Juventude da CNBB, padre Gisley Gomes. A Pastoral da Juventude do Brasil (PJB) é composta pela Pastoral da Juventude (PJ), Pastoral do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude Rural (PJR) e Pastoral da Juventude Estudantil (PJE).
Presidindo a celebração de encerramento da assembléia, o bispo auxiliar de Campo Grande (MS) e responsável pelo Setor Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro, afirmou que a PJB tem muito trabalho pela frente e que “é preciso cuidado e atenção para conseguir se fazer presente junto à juventude, principalmente para com a juventude que se encontra fora da PJ e que não conhece os trabalhos da Igreja com os jovens”. Ele pediu que os jovens engajados tenham amor à PJB. “Não precisamos esperar ser conhecidos, precisamos nos fazer conhecer”, exortou.
Segundo dom Eduardo, a Pastoral da Juventude precisa ampliar sua área de atuação. “A PJB deveria se fazer presente nos grupos de crismas, capacitando catequistas para não deixar os jovens se dispersarem quando concluem o sacramento. Os jovens engajados devem provocar a vocação sacerdotal para que haja mais padres conhecedores da PJ”, destacou o bispo. Ele chamou a atenção, também, para a necessidade de “estudar os documentos da Igreja que contemplam a juventude como sinal da unidade da Igreja com as pastorais da juventude”.

Homenagem e despedida
Depois da missa, os jovens homenagearam o ex-secretário da PJB, Silvano Silvero. Um pequeno filme com fotos do homenageado foi mostrado num telão. Na fala emocionada da secretária nacional da PJ, Hildete Emanuele Nogueira, os jovens expressaram “os mais sinceros agradecimentos pela garra e coragem de Silvano”. “Silvano é um irmão e um filho que volta para o seio do pai”, disse o secretário nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Givanildo Bonfim.

segunda-feira, 26 de maio de 2008


No final de semana, de 22 a 25, a Pastoral da Juventude do Brasil (PJB) realizou sua 15ª Assembléia Nacional, evento que acontece de três em três anos e reúne a Pastoral da Juventude (PJ), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Pastoral da Juventude Estudantil (PJE). Participaram 70 delegados, sendo 16 de cada PJ específica e cinco secretários das PJs dos regionais; o secretário nacional da PJB, Silvano Silvero; o assessor do Setor Juventude da CNBB, padre Gisley Gomes; o bispo referencial do Setor Juventude, dom Eduardo Pinheiro e o bispo diocesano de Registro (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom José Luiz Bertanha.
Um dos pontos tratados na assembléia foi a importância da juventude para a Igreja. “O documento 85 da CNBB, Evangelização da Juventude, é uma fonte inspiradora e um espelho para os jovens espalhados por todo o Brasil”, disse dom José Bertanha. Ele lembrou que as pastorais da juventude têm o grande desafio de se fazerem presentes junto à juventude que está por todo o país, “principalmente junto àqueles que não estão inseridos na Igreja”.
Já dom Eduardo Pinheiro disse que a “PJB é filha da CNBB” e que há uma grande expectativa dos bispos do Brasil em “resgatar um trabalho qualificado com a juventude brasileira e suas diversas organizações, inclusive com a PJB”. O bispo lembrou ainda que a Igreja sem o rosto jovem é uma Igreja desconfigurada. “Sem o rosto jovem, certamente, a Igreja não conseguiria realizar sua missão”, afirmou citando as palavras que o papa Bento XVI proferiu aos jovens no estádio Pacaembu, em maio do ano passado.


A 15ª Assembléia Nacional da Pastoral da Juventude do Brasil (PJB) aprovou, neste sábado, 24, seis causas comuns a serem assumidas em conjunto pela Pastoral da Juventude e pelas Pastorais da Juventude Estudantil (PJE), Rural (PJR) e do Meio Popular (PJMP). A assembléia reúne cerca de 90 pessoas desde quinta-feira, 22, em Brasília, e termina hoje.
Inspiradas no esquema das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), aprovadas em maio pela CNBB, as PJs trabalharão, no nível da pessoa, o “ser jovem e o projeto de vida do jovem”; no âmbito da comunidade, serão causas comuns: “um novo jeito de ser Igreja e o fortalecimento das PJs” e no âmbito da sociedade, fará parte da pauta da juventude o “novo modelo de sociedade e o combate à violência contra a juventude”.
Segundo o bispo responsável pelo Setor Juventude, dom Eduardo Pinheiro, essa decisão reflete o esforço das PJs de caminharem unidas. Para ele, a Assembléia revelou a harmonia que há entre as PJs. “Alegrei-me porque percebi, nesta assembléia, que há harmonia e unidade no desejo das várias PJs, especialmente quanto ao progresso de sua caminhada”, disse.
Dom Eduardo disse, ainda, que a assembléia destacou a necessidade de investir ainda mais na visibilidade da PJ. “É preciso trabalhar a sensibilização pela necessidade de dar maior visibilidade à identidade, missão e valor da PJ na Igreja e na Sociedade”, considerou.
O assessor metodológico da assembléia, padre Paulo Ricardo Cerioli, também destacou o desejo dos jovens de trabalhar em conjunto. “A novidade desta assembléia é a disposição de se fazer um trabalho em conjunto entre as PJs e tentar ser uma resposta aos clamores das juventudes que participam ou não da Igreja”, afirmou.
“A assembléia é uma forma de articular as PJs do Brasil e uma força para defender os jovens”, avalia o jovem Sidney Barbosa da Silva, da Paraíba, membro da coordenação nacional da Pastoral da Juventude Rural.
A assembléia prossegue esta manhã e outras decisões deverão ser tomadas pela PJB, como por exemplo, sua integração ao Setor Juventude proposto pelo Documento 85 da CNBB, a continuação ou não da secretaria nacional da PJB e a assessoria nacional da PJ.

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Secretário da CNBB celebra na Assembléia da PJB

O secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, visitou, na noite de ontem, os participantes da 15ª Assembléia Nacional da Pastoral da Juventude do Brasil (PJB), que teve início nesta quinta-feira, 22, na chácara Maracá, em Brasília (DF). Dom Dimas presidiu a missa que encerrou as atividades do primeiro dia.
Cerca de 90 jovens participam da Assembléia que foi precedida por uma vigília na noite do dia 21. Acompanham os jovens o bispo de Registro (SP) e presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, dom José Luiz Bertanha; o bispo auxiliar de Campo Grande (MS), responsável pelo Setor Juventude na Comissão para o Laicato, dom Eduardo Pinheiro da Silva, e o assessor do Setor, padre Gisley Azevedo.
Segundo o assessor, uma das decisões a ser tomada pela Assembléia é se a PJB continuará ou não com a Secretaria que, atualmente, funciona na sede da CNBB, junto ao Setor. “Cada uma das PJs tem sua Secretaria. Vamos decidir, agora, se a da PJB continua ou não”, explica padre Gisley. A PJB é composta pela Pastoral da Juventude Estudantil (PJE), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP).
A Assembléia continua até no domingo e vai discutir ainda a assessoria da PJ e sua participação no Setor Juventude.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Bento XVI nomeia novos bispos para as dioceses de Jardim e de Miracema do Tocantins

O papa Bento XVI nomeou, nesta quarta-feira, 21, o padre Jorge Alves Bezerra bispo da diocese de Jardim, no Estado do Mato Grosso do Sul, vacante há um ano. Nesta mesma data, o padre Philip Dickmans foi nomeado bispo da diocese de Miracema do Tocantins, no Estado do Tocantins, vacante desde março de 2006.
Natural de São João do Meriti (RJ), o padre Jorge Alves, 53, reside em Sete Lagoas (MG) e é mestre de noviços para a América Latina da Congregação do Santíssimo Sacramento (SSS) à qual pertence. Nascido aos 23 de abril de 1955, o novo bispo estudou filosofia na Universidade Federal do Ceará e teologia no Instituto Teológico São Paulo (ITESP), em São Paulo. Em Roma, fez especialização em Teologia Moral na Academia Alfonsianum.
Ordenado presbítero em 10 de agosto de 1985, foi pároco da paróquia São Benedito e vigário episcopal na arquidiocese de Fortaleza (CE); vigário paroquial da catedral da Boa Viagem, em Belo Horizonte (MG); professor de Moral no Seminário Maior e pároco do Santuário de Adoração ao Santíssimo Sacramento da arquidiocese de Uberaba (MG); vigário paroquial da paróquia Nossa Senhora das dores em Alfenas (MG) e secretário da Província Sacramentina.
O padre Philip Dickmans, 45, belga de Herk-de-Stad, é o vigário episcopal da Região Pastoral São Paulo da arquidiocese de Palmas (TO), área que compreende dez municípios. Ordenado presbítero em Halen (Bélgica) no dia 30 de setembro de 1990, padre Philip foi vigário paroquial na paróquia São Martino, em Genk (Bélgica). Freqüentou o Curso de Espiritualidade Sacerdotal do Movimento Focolares em Loppiano (Itália) e um curso de preparação missionária no Colégio Pró-América Latina, em Leuven (Bélgica), com o propósito de ser enviado como “Fidei Donum” ao Brasil, desejo concretizado em 1996 quando chegou a Salvador (Bahia), dirigindo-se imediatamente a Brasília onde se preparou para o trabalho na arquidiocese de Palmas (TO). Nessa arquidiocese, padre Philip exerceu as funções de pároco nas paróquias Jesus de Nazaré, Cristo Rei, Jesus Bom Pastor, Nossa Senhora, Mãe da Divina Providência, Imaculada Conceição e Divino Espírito Santo. É responsável pela reserva Indígena Xerente desde 1996.

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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Nota da CNBB sobre o caso da Irmã Dorothy: clamor por justiça


A CNBB manifesta indignação ética pelo resultado do Tribunal do Júri, em Belém, absolvendo, pela maioria dos votos dos jurados, o acusado de mandante do assassinato da Irmã Dorothy Stang.
O fato aumenta a preocupação da CNBB com a Vida de todos os ameaçados/as de morte no Pará, entre os quais estão nossos três Bispos: Dom José Luiz Azcona, Dom Erwin Kräutler e Dom Flávio Giovenale.
Estamos informados que o Ministério Público do Pará apelou da sentença, mostrando que o resultado do veredicto é incompatível com as provas dos autos.
Solidarizamo-nos com a Congregação Notre Dame de Namur, com os familiares da Irmã, com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) que criou o Comitê Dorothy, com a Prelazia do Xingu; e esperamos que este resultado não intimide a luta em favor da verdade e da justiça.
Pedimos a luz do Espírito Santo, nesta semana de preparação da festa de Pentecostes, para que as autoridades do Tribunal de Justiça do Pará recuperem a justiça, erradicando a impunidade que estimula a violência.
Expressamos todo nosso estímulo ao trabalho das comunidades de Anapu/PA, que continuam a missão da Irmã Dorothy, denunciando os crimes agrários e ambientais, e anunciando a esperança que não engana.
“Felizes os que promovem a Paz. Felizes os que são perseguidos por causa da Justiça”, nos diz Jesus Cristo.

Brasília-DF, 08 de maio de 2008

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus, AM
Pela Presidência da CNBB
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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Falece o bispo emérito de Jataí (GO)


Na manhã desta quarta-feira, 30, morreu em Goiânia (GO), por volta das 7h, o bispo emérito de Jataí (GO), dom Benedito Domingos Vito Coscia. De acordo com o monsenhor João Daibier, “o bispo apresentava saúde debilitada há algum tempo por causa da idade avançada, 87 anos”. O monsenhor disse ainda “que dom Benedito estava no quarto sozinho quando foi encontrado”. O bispo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia que até o momento ainda não informou o laudo médico, que só deve ser apresentado à tarde.
Seu ministério
Americano, nasceu em Brookyn, nos Estados Unidos. Como presbítero ele foi vigário paroquial de Anápolis (GO) de 1950 a 1957 e pároco superior do convento, além ter sido professor do ginásio em Pires do Rio (GO) em 1957 a 1961.
“Paz e Bem”. Este era o lema de dom Benedito que acompanhou a Pastoral da Criança e o Diaconato Permanente do Regional Centro-Oeste (Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Distrito Federal). Foi membro da Comissão de três bispos para a construção da nova sede da CNBB em Brasília (DF), participou de sessões do Concílio Vaticano II (1962 a 1965) e foi bispo de Jataí (GO).
Velório
Dom Benedito será velado e enterrado em Jataí (GO), na catedral que ele construiu. Ainda não há informações sobre o horário do velório e o corpo só deverá ser liberado pelo IML no final da tarde.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Bonito ver esta juventude

Jornal Mundo Jovem. Ano 46, nº 385 - Abril/2008. Página 23


terça-feira, 8 de abril de 2008

Formação dos padres e Amazônia são temas da coletiva

O bispo de Santarém (PA) e presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Esmeraldo Barreto de Farias, defendeu na tarde desta segunda-feira, em Itaici, Indaiatuba (SP), uma maior inserção dos padres nas comunidades. “Já se foi o tempo em que bastava tocar o sino para o povo ir para a Igreja”, ponderou.
A Comissão presidida por dom Esmeraldo faz a revisão e atualização das Diretrizes de Formação Presbiteral, conhecido como Documento 55, publicado pela CNBB em 1996. “A Conferência de Aparecida veio lembrar que a Igreja deve estar no estado permanente de missão. Por isso, a formação dos novos padres deve ajudá-los a descobrir que vocação e missão estão interligadas”, disse dom Esmeraldo.
O presidente da Comissão recordou a grande maioria dos católicos que não participam das comunidades e que essa preocupação deve fazer parte do ministério dos padres. “Embora 73% da população brasileira seja católica, são poucos os que participam. O tempo hoje é de atenção às pessoas. O grande imperativo da Igreja é ir ao encontro das pessoas e formar comunidades”, sublinhou.
Segundo dom Esmeraldo, o presbítero precisa ser “missionário, servidor, amigo dos pobres e cheio de misericórdia”. Outro ponto a ser contemplado na formação dos presbíteros é a comunicação. “Esse é um aspecto que a Igreja não pode deixar de lado”.

Formação dos leigos
O cardeal primaz do Brasil, dom Geraldo Majella Agnelo, considerou que a Igreja deve se preocupar não só com a formação dos padres, mas também dos leigos. “Talvez não tenhamos falado suficientemente sobre o protagonismo dos leigos. Espera-se muito dos bispos quando, na realidade, deveria ser o cristão leigo a se pronunciar, segundo sua competência, sobre as questões como saúde e educação”, disse.
Dom Geraldo elogiou o retiro pregado por dom Erwin, que também participou da coletiva. “Os temas que dom Erwin trouxe para nossa reflexão conclamaram os bispos a um compromisso profundo com Jesus Cristo e com seus prediletos que são os pobres e excluídos ou, como dom Erwin prefere chamar, os descartáveis”.
O cardeal sublinhou, ainda, que o Documento de Aparecida, ao usar o método ver, julgar e agir, “mesmo que com outro nome”, mostra “para onde se destina a evangelização, quem vai ser evangelizado e em que situação se encontra”.
Amazônia
"Os povos da Amazônia não são perguntados sobre os projetos que caem de cima para baixo e quem os contesta é considerado inimigo do progresso”. A afirmação é do bispo do Xingu (PA), dom Erwin Kräutler, na coletiva de hoje durante a 46a Assembléia da CNBB, ao falar do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Amazônia.
Segundo dom Erwin, a Igreja entende o desenvolvimento de modo diferente do Governo e por isso não é possível um diálogo sobre esse assunto. “Todos entendem que desenvolvimento é uma maneira de ganhar dinheiro, aumentar o faturamento, exportação. Para a Igreja, desenvolvimento é progresso da pessoa humana com saúde, transporte, educação”, explicou. “O PAC é fundamentalmente economicista. É preciso colocar a pessoa no centro e não o lucro”, afirmou.
Para Dom Erwin, a Campanha da Fraternidade do ano passado ajudou o Brasil a olhar de modo diferente para a Amazônia. “A Amazônia não são só os seringueiros. Lá vivem 23 milhões de pessoas com cem línguas diferentes. O Brasil inteiro está lá”, considerou, lembrando as migrações que levam pessoas de todos os estados brasileiros para a região.
Denunciou, também, a violência contra os indígenas. “É macabro viver no século XXI e constatar morte por suicídio induzido dos indígenas”.

Ameaça de morte
“Estou livre no meu quarto e no meu escritório. Fora, sou sempre acompanhado por policiais”. Assim dom Erwin respondeu à jornalista que lhe perguntou como se sente com as ameaças de morte que tem recebido.
Segundo o bispo, são três as causas da perseguição. “Minha insistência em investigar a fundo a morte de Irmã Dorothy; minha posição em relação ao desenvolvimento e a denúncia que fiz de abuso sexual de menores”. As ameaças vêm “por cartas anônimas e pela internet”, esclareceu. Para ele, o maior problema é que “o Estado está ausente e a justiça é omissa” no caso da violação de direitos humanos na região.



Congresso Eucarístico acontece em Brasília

O 16º Congresso Eucarístico Nacional será realizado em Brasília nos dias 27 a 30 de maio de 2010. A comunicação foi feita pelo arcebispo de Brasília, dom João Braz de Aviz, nesta segunda-feira, durante a 46ª Assembléia da CNBB. O Congresso terá como tema, “Eucaristia, Pão da Unidade dos discípulos missionários” e lema, “Fica conosco, Senhor” (Lc 24,29).
“Para a Igreja, a realização do Congresso Eucarístico possibilita uma maior vivência da Eucaristia e é fonte inesgotável para uma vivência cristã, por isso deve haver um empenho para sua melhor realização”, disse o arcebispo.
Segundo dom João, estão sendo constituídas comissões para a redação do texto base, a logomarca, a oração e o hino do Congresso, além do site. Já está disponível o endereço eletrônico: cen2010@arquidiocesedebrasilia.org.br.
“Expresso meu profundo desejo de comunhão com todos os bispos do Brasil e assim percorrer nosso caminho para o Congresso Eucarístico, com alegria e com a certeza de que estamos realizando a vontade do Senhor, presente na Santíssima Eucaristia”, concluiu o arcebispo.
Fórum da Igreja Católica
Outra comunicação feita na tarde desta segunda-feira, 7, veio do Rio Grande do Sul que realizou, nos dias 20 a 23 de setembro de 2007, o primeiro Fórum na Igreja Católica no Rio Grande do Sul. Segundo o arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, a Polícia Militar calculou que circularam pelo local do evento cerca de 100 mil pessoas vindas das 17 Dioceses do Estado.
“O Fórum da Igreja foi muito além dos palcos, das tendas, das cátedras, das oficinas e conferências. Ele se manifestou na acolhida, na fraternidade, na participação, na fé, numa sementeira de novas amizades e relacionamentos”, disse o arcebispo.
O arcebispo lembrou os frutos do evento entre eles “a percepção da vida da Igreja, proporcionando novo ânimo e abrindo novas pistas para a caminhada”. Dom Dadeus destacou, ainda, o processo participativo e o protagonismo dos leigos.

www.cnbb.org.br

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Fórum Mundial de Educação


www.forummundialdeeducacao.org/santamaria

Bispos respondem a jornalistas sobre política, corrupção e ameaças a bispos

Na primeira coletiva da 46ª Assembléia da Conferência Nacional, nesta quarta-feira, 2, os jornalistas questionaram os bispos sobre temas de política, corrupção, ameaça que alguns bispos têm recebido no Norte do país e sobre a recente pesquisa que aponta a alta popularidade do presidente Lula. Participaram da coletiva o bispo auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, dom Pedro Luiz Stringhini; o bispo de Roraima (RR), dom Roque Paloschi e o bispo de Blumenau (SC), dom Angélico Sândalo Bernardino.
Respondendo à pergunta sobre um possível terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o bispo de Blumenau, dom Angélico Sândalo Bernardino, disse que num regime democrático, não cabe terceiro mandato. “No regime democrático, o melhor é a renovação”, afirmou. Dom Angélico disse ainda que é necessária uma reforma política séria e cobrou reforma agrária e agrícola para o país. Disse que a Igreja “está pronta para colaborar com o Governo e outras instituições para que o povo tenha vida”.
O porta-voz oficial do encontro, que reúne mais de 300 bispos, dom Orani João Tempesta, arcebispo de Belém e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura, Educação e Comunicação Social, disse que nem o próprio presidente e nem sua base de apoio manifestaram o interesse de mudanças na Constituição para permitir uma segunda reeleição.


Pesquisas e PAC
Sobre as recentes pesquisas de opinião pública, que mostram o crescimento da popularidade do presidente Lula, dom Pedro Stringhini afirmou que “não é mau que o governante seja bem avaliado”, mas recomendou que o presidente aproveitasse sua alta aprovação popular para avançar nas questões éticas e no respeito ao meio ambiente. “Se o presidente Lula, com a popularidade que tem, fosse mais rígido nas questões éticas e na defesa do meio ambiente seria muito bom para o país”.
Dom Angélico elogiou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em execução pelo governo federal. “Bem-vindo seja o PAC, sim! Não acho que seja demagogia. Mas não tenho ilusões, porque sempre que se tenta fazer reformas profundas há resistência das classes dominantes. Eu vim de antes de 1964 e vi que as reformas de base foram impedidas pela coligação das elites, que desembocou no golpe de 64”, disse.

Corrupção e eleições
A respeito das eleições municipais de 2008, os bispos anunciaram que a assembléia geral deverá fazer recomendações aos fiéis para que votem conscientemente contra os candidatos corruptos. “A corrupção está arraigada no poder político e é praticada acintosamente por parte dos políticos. A Igreja vê como lamentável a corrupção e a sua impunidade. O estado democrático não conseguiu eliminar esse mal. A Igreja não recomenda que o descrédito na política leve à omissão do eleitor, para não deixar o poder político na mão dos corruptos”, afirmou dom Pedro Stringhini. Dom Angélico disse ver com “alegria enorme o trabalho da Polícia Federal contra a corrupção, colocando muitos engravatados na cadeia”. Mas lembrou que é preciso apresentar provas, para que os culpados sejam punidos. “A impunidade no Brasil assusta”, completou dom Roque.
Quanto ao surgimento do dossiê supostamente elaborado por pessoas ligadas ao governo na questão dos cartões corporativos, dom Angélico disse que não cabe à CNBB avaliar essa questão: “Quem deve opinar sobre isso é a oposição”.

Ameaças a bispos
Os bispos também falaram sobre os colegas ameaçados de morte por causa do trabalho social e pastoral desenvolvido pela Igreja na defesa dos fracos e oprimidos. São cinco bispos, mas dom Roque Paloshi – ele próprio um dos ameaçados por causa da defesa dos índios de Roraima – lembrou que há também padres, irmãs, agentes de pastoral e a própria comunidade sob ameaças terríveis.
Dom Pedro Stringhini disse aos repórteres que as ameaças aos bispos não intimidam e não vão deter o trabalho da Igreja. “O povo não tem para onde correr e, por isso, os bispos também não correm. Vamos continuar nosso trabalho”, disse. Dom Angélico lembrou que a Igreja encara as perseguições ao seu trabalho como uma das bem-aventuranças de Jesus Cristo.
Dom Roque relatou as dificuldades que a Diocese de Roraima enfrenta por causa da questão indígena. “Todas as áreas indígenas continuam invadidas por fazendeiros e produtores rurais. O conflito é alimentado por um Estado anti-indígena. O grupo de produtores de arroz entrou na Reserva Raposa Serra do Sol quando a terra estava sendo demarcada e não aceita as indenizações do governo para se retirar. A posição da Igreja é de respeito à lei, pois a área foi homologada”, disse.
Dom Roque reclamou que os políticos e a grande imprensa também dão uma grande parcela de contribuição ao acirramento dos ânimos: “As ações políticas e as reportagens estão sempre ao lado dos produtores de arroz, que são os invasores da reserva Raposa Serra do Sol”, lamentou.

Celibato
Outro ponto levantado pelos jornalistas foi a questão do celibato que, segundo divulgou a imprensa, teria sido questionado pelos padres no 12º Encontro Nacional dos Presbíteros (ENP) realizado em Itaici no mês de fevereiro. “A questão do celibato não foi colocada no Encontro de Presbíteros”, afirmou dom Angélico. Segundo afirmou, houve equívoco na divulgação da informação. “Não quero culpar a imprensa. A linguagem não foi entendida”, explicou lembrando o caso dos “novos pecados capitais”, que se trata “apenas de exemplos de pecados da atualidade citados por um bispo, e não da nova lista de pecados oficiais divulgados pelo Vaticano como saiu na imprensa”.
De acordo com o bispo, “no 12º ENP não houve proposta de se escrever para o Vaticano a respeito do celibato”. Ele afirmou que a posição da Igreja sobre o celibato é muito clara e bem conhecida de toda a imprensa.

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quarta-feira, 2 de abril de 2008

Celebração abre a 46ª Assembléia da CNBB

Hoje, 2 de abril, às 8:15h, iniciou a 46ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, em Itaici, município de Indaiatuba (SP). Com a presença de 300 bispos, além de administradores diocesanos, assessores e convidados, a celebração de abertura foi dirigida pelo presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha. No altar, estavam com ele, o vice-presidente, dom Luiz Soares Vieira e o secretário geral, dom Dimas Lara Barbosa, além dos presidentes dos 17 regionais da CNBB.
Dom Geraldo Lyrio destacou alguns acontecimentos ao longo de um ano do atual mandato de presidência da CNBB, entre eles: a canonização do primeiro santo brasileiro, frei Galvão; a realização em Aparecida (SP) da V Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe; as reuniões do Conselho Episcopal Pastoral (Consep); as três reuniões do Conselho Permanente. Também enfatizou problemas de alguns bispos que são ameaçados de morte; as relações da CNBB com o Congresso Nacional e com o Governo e o desafio da renovação das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.
O vice-presidente, dom Luiz Soares, direcionou a celebração “ao povo brasileiro, às comunidades e a todos que lutam pela paz e pela vida. Em especial, sobre os bispos, ao iniciar os trabalhos da 46ª Assembléia Geral”.
Um dos pontos altos da celebração foi a leitura de trechos da Carta de São Paulo aos Corintios - “Anunciar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não evangelizar!” (1Cor 9, 16) – a partir do qual dom Geraldo Lyrio colocou a necessidade do compromisso da Igreja com a evangelização sem fronteiras. Nas preces, chamou a atenção, o clamor de alguns bispos para com a Amazônia e todos os seus desafios, o Nordeste e as dificuldades do povo pobre e o Centro-Oeste que agradeceu pela fartura nas colheitas e do crescimento da fé na região.
No encerramento, os bispos cantaram o hino à padroeira do Brasil pedindo intercessão nos trabalhos da assembléia, que se estenderão até o próximo dia 11 de abril.

46ª Assembléia da CNBB

Segue abaixo carta enviada pelo Presidente Lula aos participantes da Assembléia Geral do Episcopado:

Brasília (DF), 01 de abril de 2008
À Sua Excelência Reverendíssima
Dom Geraldo Lyrio DD. Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Itaici – SP
Meu caro Dom Geraldo Lyrio,
Prezados Senhores Cardeais, Arcebispos, Bispos e demais integrantes da 46a Assembléia Geral da CNBB
Uma vez mais tenho a satisfação de me dirigir aos Senhores nesta ocasião em que a CNBB realiza sua 46a Assembléia Geral. Fico pensando em como foi importante a iniciativa tomada em 1952 de criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Aquela geração de Bispos, tendo como um dos inspiradores o inesquecível Dom Hélder Câmara, teve de fato uma atitude profética. Sem dúvida, o exercício dessa ação colegiada, concretizada na CNBB, permitiu à Igreja Católica, ao longo de mais de 50 anos, uma atuação muito concreta em defesa da vida, dos direitos humanos e do exercício livre e ativo da cidadania que marcou a vida do Brasil e do povo brasileiro.
Como já disse em ocasiões anteriores, tenho muito apreço pela atuação e pelo perfil de relacionamento que estabelecemos ao longo desses anos em que a Igreja, no seu papel de profecia, alerta, adverte, denuncia e estimula as ações pela justiça, mantendo sua autonomia e independência. Tenho consciência de que não cabe a nenhum Governo ou forma de poder tentar domesticar ou reduzir o papel das Igrejas e Comunidades Religiosas. Eventuais discordâncias e diferenças de compreensão da realidade fazem parte natural da vida democrática e permitem avanços e correções de rota para o bem do País e de seu Povo.
Agora que completamos 5 anos de Governo, é tempo de agradecer a Deus pelo que foi possível realizar nesse período. Não quero aqui fazer à ligeira nenhuma avaliação; cabe ao Povo e às Instituições democráticas do País fazê-lo. O único sinal que não posso deixar de mencionar é minha alegria em verificar que o combate à miséria, à fome e à exclusão, objetivo central do nosso programa de Governo, vai avançando e já produz frutos concretos. Ao mesmo tempo, quero olhar para frente e reiterar que nos próximos dois anos e meio estaremos absolutamente tomados pelo propósito de lutar para que a Sociedade Brasileira atinja um patamar de justiça e desenvolvimento sustentável em que a vida, tal como pregado na última Campanha da Fraternidade, encontre plenitude e dignidade.
Quero desejar que Deus ilumine as mentes e corações de cada um dos Senhores nestes dias e que as decisões desta Assembléia sejam as mais sábias de fecundas para a vida do nosso Povo.
Com respeito e fraternidade,
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil